Escolha o tamanho do revestimento
cerâmico
Vantagens e desvantagens de cada
formato
São muitas as questões na hora de
escolher orevestimento dos pisos cerâmicos ou porcelanatos.
Não são apenas o desenho impresso na peça ou a ausência dele, a cor ou o PEI
(índice de resistência à abrasão do piso) que geram dúvida, mas também o
tamanho. Os formatos aumentam cada vez mais. E torna-se tentador comprar aquele
piso de 90 x 90 cm cujo custo, há cinco anos, não cabia no orçamento.
Mas para esta ou outra opção é
importante analisar qual dimensão melhor se adequa a cada situação. Podemos
começar com três questões básicas:
- Em que espaço que será usado,
pequeno ou grande?
- Qual o formato da planta, é um
retângulo ou tem paredes em ângulo?
- Qual a finalidade do local? Se
existirá ralo, haverá necessidade de caimento para um ponto.
Esses itens têm de ser pensados
individualmente e em conjunto. Exemplo:
- Se um lavabo tem largura de 130 x
150 cm, escolher um piso de
120 x 90 cm acarretará num recorte lateral de 10 cm, ou 30 cm. Para essa
largura é mais indicado um tamanho menor, como 45 x 45 cm. Não que assim fique
sem recorte, mas chamará menos atenção.
Outra observação importante no caso
do nosso exemplo é a dificuldade de fazer o caimento para o ralo com as poucas
peças 120 x 90 cm, necessárias para cobrirem essa área. A solução mais
eficiente para escoamento de água, quando se trata desse tamanho de piso, é
adotar uma grelha ou ralo linear.
Quando o cômodo é grande, o recorte
fica menos perceptível. Espaços menores exigem planejamento minucioso.
Uma das vantagens dos formatos
grandes é a rapidez do serviço, uma vez que haverá menos peças para alinhar e
assentar. Muito embora seja necessário passar a argamassa tanto no piso quanto
embaixo da placa. Se existirem muitos recortes, o tempo economizado será
perdido na tarefa de corte e a possibilidade de perda do material será aumentada.
O que geralmente ocorre quando a planta não é um retângulo e as paredes são em
curva ou formam ângulos diferentes de 90°.
Além do mais, a quebra de uma peça
grande levará a um prejuízo maior do que uma pequena, mais fácil de
contabilizar nos 10% a mais comprados inicialmente. Um grande curinga para
evitar recortes e solucionar questões de caimento é a pastilha, versátil em seu
formato pequeno, a partir de 1 x 1 cm.
Mas como na construção não existe solução mágica, a pastilha exige
colocação exímia, sob pena de ficar desalinhada ou soltando ao longo da vida.
Dependendo do produto, a junta pode
ser mínima, mas com certeza serão muitas. Nesse quesito as peças grandes levam
imbatível vantagem.
Tipos de Pisos
Cimento queimado
Este tipo de revestimento oferece um visual rústico
e contemporâneo. Mas tem lá suas controvérsias, pois as trincas são inevitáveis
assim como o efeito manchado. A arquiteta Dione Garros conta
que utiliza no interior de residências em casas de campo e alerta para a
escolha deste tipo de piso: “Cuido para não usar cimento queimado em áreas
externas, pois ele acaba rachando e não tem durabilidade muito grande”.
Combinado com faixas de cerâmica, ladrilhos e
pedras, ganha um charme a mais.
Duas alternativas podem ser buscadas no mercado: o
cimento polimérico ou as massas pré-fabricadas. Outra saída é a massa caseira,
que pode ser preparada por um mestre de obras experiente. A vantagem do cimento
polimérico é o aditivo que garante maior elasticidade e aderência do cimentado.
Massas pré-fabricadas à base de pó de limestone ou de quartzo têm boa
resistência a trincas.
Onde
usar:
Por não ter rejuntes e facilitar a limpeza, o
acabamento de cimento queimado é muito apreciado em pisos e paredes de cozinha.
No entanto, respingos constantes de gordura podem manchar o revestimento, uma
dica é usar azulejos ou placas de inox próximas ao fogão.
Saiba mais:
- É normal aparecerem pequenas trincas, mesmo que o
serviço seja muito bem feito.
- manchas também são características deste tipo de
piso, e costumam ficar mais visíveis com o passar do tempo - quanto mais lenta
a cura, menor a probabilidade de aparecerem trincas e rachaduras. A cura do
cimento é o processo de secagem da massa.
- aplicar resinas com base acrílica por cima da
massa ainda úmida são uma opção para retardar a cura do cimento - antes de
aplicar o cimento queimado é importante que o contrapiso esteja limpo,
desengordurado e sem pó. Caso haja trincas ou partes soltas, recomenda-se
nivelar o contrapiso antes do processo.
- para atenuar as trincas é possível fazer juntas de dilatação em intervalos de
até 1 m. Neste caso, plástico e metal são mais indicados, pois a madeira junta
bactérias e fungos, e se deteriora.
- Empregue areia fina, clara e lavada na mistura.
Ajuda a dar um resultado mais homogêneo.
- Para evitar manchas, é indicada a aplicação de
duas demãos de verniz à base de água logo após a cura e antes do uso do piso.
- O piso deve ser selado e impermeabilizado com resina. No caso de cimento
colorido, é necessário um produto com filtro contra raios ultravioleta
- sapatos podem marcar fácil o piso, mas as manchinhas saem com sabão, água e
esponja.
- Quando molhado, o piso de cimento fica
escorregadio.
Porcelanato
O porcelanato é o queridinho dos arquitetos e dos
clientes. São vários os motivos: alta resistência à abrasão, durabilidade,
grande variedade de tons e texturas. As marcas que fabricam este tipo de piso
cerâmico inspiram-se em outros elementos como pedra, madeira, cimento, metal,
couro e tecido para formar uma gama de opções. “Às vezes a gente acaba optando
por este piso porque tem vários modelos pra escolher” , revela a arquiteta Sabrina Sbardelotto.
As placas vêm em diversos tamanhos. A porosidade
quase nula do porcelanato o torna bastante impermeável. Sua instalação é
relativamente rápida, mas como a maioria dos pisos, requer a regularização do
contrapiso antes da aplicação.
Os três tipos de porcelanato mais comuns no mercado
são:
Técnico, polido ou natural – é a versão mais comum do porcelanato. Possui
um brilho superior ao das pedras naturais, com reflexos. Deve haver cuidado na
escolha de onde colocá-lo, pois é escorregadio.
Acetinado ou mate – É fosco e gera menos
desconforto visual de frieza.
Rústico - é antiderrapante, mais usado em áreas
externas. A limpeza é um pouco mais difícil, por isso não é muito indicado para
cozinha, pois retém gordura com mais facilidade.
Onde
usar:
Este tipo de piso pode ser aplicado em ambientes
internos ou externos. Seu uso é muito amplo, tanto na cozinha quanto no
banheiro, assim como em salas e quartos. Cores escuras e texturas com aparência
amadeirada transmitem conforto. As cores claras dão impressão de amplitude.
“No banheiro não gosto de usar o porcelanato liso e
nem antiderrapante. Procuro usar o acetinado sem brilho, com alguns detalhes e
ranhuras, a limpeza é mais fácil”, revela a arquiteta Dione Garros. A
arquiteta Erika Kupac considera
a manutenção do porcelanato maravilhosa e indica onde gosta de aplicar este
tipo de piso: “Uso principalmente na área social, integrando os ambientes, levo
desde o hall a sala de jantar e dependendo do tipo de projeto e do padrão eu
coloco até na cozinha”, aponta a arquiteta. “Gosto dos padrões marmorizados e
que tenham uma textura diferenciada. Os rústicos uso na parte de lazer,
churrasqueira e áreas de convivência”, acrescenta.
Cuidados para a manutenção:
- “Tem que cuidar para não deixar cair no piso algum produto químico, como
alguns tipos de detergente. Vinho, por exemplo, se não limpa na hora às vezes
fica uma mancha”, ressalta Sabrina.
- Para a limpeza evite produtos químicos e
abrasivos, pois costumam prejudicar o esmalte. Água e sabão ou detergente
neutro diluído em água são suficientes. Alguns fabricantes oferecem
produtos específicos para a remoção de manchas mais difíceis como tinta, café e
ferrugem. Estes costumam ressaltar o brilho e proteger a superfície do
porcelanato.
- verifique se marca escolhida segue NBR 15463 da
ABNT, específica para os porcelanatos.
- Proteja os pés dos móveis e eletrodomésticos.
- No caso de reformas, o revestimento existente
deve ser removido e o estado do contrapiso avaliado. Ele deve estar limpo, nivelado,
impermeabilizado, sem fungos, poeira ou fissuras.
- O período de cura leva em torno de 14 dias.
Azulejo
Os azulejos recebem a mesma orientação do porcelanato. A arquiteta Dione Garros prefere
utilizar as peças retificadas, que passam por um processo mais rígido de
qualidade e possuem medidas alinhadas, seguindo um padrão. “A vantagem de usar
azulejo retificado é que é necessita de menos rejunte e pode-se escolher um de
qualidade melhor, como o epóx”, explica Dione. Quando as peças não são
retificadas a aplicação exige um espaço maior entre um azulejo e outro, de 2 a
3 mm, para disfarçar a diferença entre elas. Colocando mais rejunte é mais
fácil de escurecer a área aplicada.
Madeira
Assoalhos de madeira maciça são nobres e mais
caros. O mesmo para taco e parquês, também fabricados de madeira natural.
Opções como laminados e carpete de
madeira são alternativas, pois misturam outros materiais que diminuem o custo
sem perder qualidade do produto.
Onde usar:
Em salas de estar, jantar e quartos o piso de
madeira dá uma sensação maior de conforto.
Tipos
de pisos de madeira:
Assoalho
ou Taboão
O conforto térmico e a durabilidade são as
principais vantagens. Quando bem instalado o tempo de vida útil deste piso pode
chegar a 30 anos ou mais. Para a instalação é necessário um contrapiso
rebaixado, geralmente em 2 cm. Ele também deve ser impermeabilizado, plano e
bem curado. A madeira deve receber uma proteção à base de solvente ou de água,
com efeito fosco ou brilhante.
Mais importante que escolher o tipo de madeira é
verificar sua procedência. Deve-se observar se o produto passou por um processo
de secagem correto e se é certificado. Peça garantias sobre a secagem da
madeira em estufa para evitar a compra de material verde.
Uma opção interessante é o assoalho de Bambu. Além
de ser uma matéria-prima renovável, é resistente. É um tipo de assoalho laminado,
composto de três lâminas maciças, prensadas.
Instalação: exige contrapiso nivelado e
impermeabilizado. As peças são assentadas numa camada de cola e encaixadas.
Cuidados para
a manutenção:
- Na limpeza, o indicado é um pano úmido bem
torcido.
- Para restaurar o assoalho depois de alguns anos de uso, é feito o lixamento e
aplicação de nova camada de proteção.
- Se o verniz não for de boa qualidade, o piso pode
riscar até com sapatos.
- A madeira maciça pode sofrer enfestamento por cupins. Caso identifique
pequenos grãos em cantos, chame a dedetização especializada.
Madeira reciclada
Já existem produtos no mercado que misturam 60% de
madeira reaproveitada e 40% de madeira maciça.
Taco
Feito de placas de madeira nativa em tamanhos variados. A vantagem é que podem
ser colocados sobre outros pisos, como cerâmica ou pedra. Os formatos mais
comuns são espinha-de-peixe, escama-de-peixe, dama, paralelo e convencional.
Antes de escolher, verifique com o profissional o quanto de material será
perdido por causa do desenho - varia de 8 a 15%.
Parquê
Diferencia-se do taco pela medida: quatro peças unidas formam uma placa. Na
instalação, a face superior dessas placas chegam cobertas por uma camada de
papel. A outra extremidade fica em contato com a cola, espalhada diretamente no
contrapiso nivelado e impermeabilizado. Depois
de dez dias da colocação, é feita a retirada do papel com batidas leves, usando
pano úmido ou martelo de borracha. Em seguida, o piso é lixado, calafetado e
revestido com proteção.
Piso
Laminado
A principal vantagem é o preço: inferior a madeira
maciça. Existem diversas opções de texturas no mercado, e podem ser uma réplica
fiel da madeira natural, imitando ranhuras tons. O piso laminado normalmente é
fabricado a partir de madeira de reflorestamento. É mais resistente a riscos do
que a madeira natural.
O piso laminado tem este nome, pois ele é fabricado
em camadas. É revestido de uma lâmina decorativa, e o miolo, normalmente, é
feito de HDF ou HPP - elementos obtidos das fibras da madeira. A proteção final
se dá por uma camada de overlay, um filme cristalino de celulose que
impermeabiliza e dá brilho ao material. Normalmente, é um piso que não favorece
a acústica. Porém, a aplicação de uma manta sob o piso reduz o barulho.
Entre os revestimentos ele é o mais escolhido. A
arquiteta Erika Kupac confirma:
“O que os clientes mais gostam de usar são os laminados. Em uma reforma rápida,
são os mais fáceis de colocar, a manutenção dele é muito mais fácil do que o
taboão de madeira”
A instalação é por encaixe, o que se torna mais
rápido, fácil e limpo. Pode cobrir pisos já existentes, como cerâmica, lajota,
vinil e concreto, o que é muito útil em uma reforma. Para recebê-lo o
contrapiso deve estar limpo, nivelado e isento de umidade. A
arquiteta Sabrina Sbardelotto aponta
porque escolher o laminado: “Vale pelo custo e benefício. A montagem é mais
rápida, é mais fácil de dar arremate, já vem cortado, com rodapé, filetes de
porta e todos os acabamentos”
Onde usar:
Em ambientes como salas e quartos. “Escolho
laminados para os quartos, pois eu acho o porcelanato e a cerâmica muito frios
para nosso clima. Quando o cliente permite, uso taboão de madeira”, conta
Erika.
Cuidados para a manutenção:
- Para limpeza um pano úmido ou detergente neutro e
produtos que tenham somente ação de limpeza e desinfetante. Use-os sempre
diluídos em água.
- Não são recomendados produtos à base de cera ou
silicone, pois eles podem formam um filme gorduroso na superfície, o que pode
acabar manchando.
- Esse tipo de piso não aceita tonalização.
- Evite usar materiais abrasivos, como os
saponáceos, palhas e esponjas de aço, pois eles riscam a superfície.
- Muito sensível a líquidos, se derrubar algo seque
e limpe imediatamente para evitar manchas.
- O indicado é passar o pano no sentido da textura
do piso, isto é, no sentido do comprimento das réguas.
- Evite instalar ou expor o piso em lugares com
incidência direta de sol.
- Coloque feltro sob os pés dos móveis para evitar riscos.
Carpete de madeira
O nome confunde um pouco, mas este produto é
semelhante ao laminado. A diferença é que no carpete de madeira a
contracapa, o miolo e a lâmina decorativa são de madeira natural. Além disso, o
carpete recebe verniz.
As réguas são coladas e encaixadas, sobre uma manta
de poliuretano, colocada no contrapiso seco e nivelado. Essa camada é isolante
acústica e impermeabilizante.
Cuidados para a manutenção:
Os mesmos do laminado.
Pisos
de borracha ou emborrachados
A vantagem dos pisos de borracha é que são antiderrapantes, acústicos e
absorvem impactos. Por isso são bastante indicados para salas de ginástica,
recreação infantil e locais de alto tráfego. Dependendo do modelo, deve ser
usado somente em áreas internas. Instalado diretamente sobre o contrapiso, o
revestimento é fixado com uma cola designada pelo fabricante.
Porém o excesso de água prejudica este tipo de
piso, podendo haver descolamento. Por isso não é indicado para ambientes
externos e na área do box do chuveiro.
Onde usar:
“Indico o emborrachado para ambientes de crianças,
pois é fácil de limpar, podem ser moldados pra não ter canto, subindo um pouco
na parede”, comenta a arquiteta Sabrina Sbadelotto.
Ela acrescenta que muitas vezes este tipo de piso resiste a chamas e a produtos
químicos.
Pisos de vinil ou vinílicos
O piso de vinil tem se tornado o queridinho em
projetos modernos, pois é possível fazer desenhos com recortes do piso.
Também é uma opção mais ecologicamente correta quando fabricado a partir
de materiais reciclados.
Este tipo de piso é macio e térmico, proporcionando
conforto. É indicado para ambientes internos. As diferentes padronagens
disponíveis imitam a textura de outros materiais como a madeira. Pode ser
encontrado em forma de tapete, placa ou manta, dispensam argamassa na
instalação e normalmente são fixados com cola.
A arquiteta Dione Garros defende
o uso do piso vinílico: “É resistente ao atrito, não arranha é fácil de
higienizar, dá sensação de conforto... Nós temos um piso vinílico no escritório
e as pessoas acham que é madeira envelhecida.” Ela acrescenta que as fábricas
costumam dar de 10 a 15 anos de garantia.
É bom evitar seu uso em banheiros, pois o contato
constante com água e umidade pode comprometer o desempenho da cola. Não é
recomendada a aplicação de pisos vinílicos sobre madeira. Antes de instalar o
piso vinílico sobre cerâmica, esta deve receber um tratamento especial.
Cuidados para a manutenção:
- Objetos pontiagudos podem cortar a manta.
- A limpeza pode ser manual ou por máquina.
- Os produtos mais indicados para manutenção são:
cera acrílica, detergente neutro, removedor acrílico e selador.